"Nós estamos investigando o motivo da morte de Rafael. Ele é o 11º morto no regime fechado, mas ainda existem outras 15 mortes registradas que envolvem detentos dentro e fora do sistema. O Piauí virou uma casa de matança.", afirma o diretor administrativo do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), Kleiton Holanda. O sindicato esclarece que Rafael não é o ex-namorado da ex-PM Elaine Karinny, expulsa este ano da corporação por associação ao tráfico de drogas.
Os 26 registros são somados pelas mortes ocasionadas em regime fechado, causas naturais e os que são monitorados fora das penitenciárias, mas que pertencem ao sistema prisional. "Esse último homicídio que aconteceu na Custódia nos chama a atenção pois o detento estava sem roupa, mas o modus operandis é sempre o mesmo. Eles removem barras da estrutura da penitenciária e iniciam as agressões", conta o diretor.
Kleiton ainda relata da vulnerabilidade que existe no sistema prisional do estado, segundo ele todos que estão envolvidos correm riscos. "Nós como servidores, os presos e até os visitantes são passíveis de ações criminosas dentro dos presídios. O Piauí assumiu uma posição de liderança com um número de mortes e superlotação em presídios. Se o governo não tomar providências, as mortes continuarão acontecendo de maneira desordenada", desabafa.
"A secretaria de Justiça e os órgãos responsáveis só se apresentam quando tragédias como essas aparecem. O número de morte de presos dobrou em relação ao ano passado e nada foi feito. O serviço de inteligência tem que atuar rotineiramente para evitar esses casos e as providências sejam tomadas de forma preventiva", complementa Kleiton.
O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí afirma que está preparando um relatório para entregar ao governo com o objetivo de minimizar os dados negativos relacionados ao sistema prisional do Piauí. O documento ainda deve ser entregue ao Ministério Público, afim de que uma ação seja iniciada pelo órgão contra o Governo.
AUTOR: PORTAL O DIA
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