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segunda-feira, 6 de julho de 2015

DIVISÃO DE COMBATE AO TRÁFICO DE DROGAS APREENDE 3 MIL PSICOTRÓPICOS, NO CEARÁ

A Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD), da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), tem neste mês equipes específicas para investigar o tráfico de ecstasy, LSD e demais drogas sintéticas (Fotos: Thiago Gadelha/Diário do Nordeste)
Delegado Sérgio Santos
Apenas no primeiro semestre deste ano, a Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD) da Polícia Civil já apreendeu 3.180 unidades de psicotrópicos em todo o Estado. Em números totais, representa uma pequena parcela das apreensões no Ceará, mas reflete aumento da eficiência do próprio departamento, que apresentou, no ano passado, resultado ínfimo em relação ao que foi apreendido por outros setores da própria Polícia Civil.

De janeiro a dezembro de 2014, apenas 85 unidades foram capturadas pela Divisão- enquanto em apenas uma apreensão, no mês de novembro, o 30ºDP obteve 21 mil comprimidos psicotrópicos.

O cenário de férias e o aumento da procura e oferta de entorpecentes faz a Polícia intensificar as ações em repressão ao tráfico de drogas, em especial, os sintéticos. Nesse ínterim, a DCTD tem potencializado as ações de repressão.

Reforço

O diretor da unidade, delegado Sérgio Santos Pereira, justificou o exponencial aumento nas apreensões ao igual reforço na quantidade de equipes disponibilizadas para atuar nas investigações e operações do tráfico.

"Aumentamos a quantidade de policiais nas ruas e, por isso, aumentaram as apreensões. Não posso afirmar que aumentou a circulação da droga, mas que aumentou a repressão. Por isso, estamos apreendendo mais", explicou.

Pereira ainda citou o fato de o mês de julho contar com maior apelo para os traficantes como motivo para buscar ainda mais ampliar os trabalhos. "Nos meses de junho e julho, temos equipes específicas para investigar o tráfico de ecstasy, LSD e demais drogas sintéticas. Nesse período, priorizamos estes materiais, principalmente por conta das festas", alega o especialista.

O diretor da DCTD destacou ainda que a maneira de agir dos traficantes de psicotrópicos é baseada em colaboração. Acrescenta que os distribuidores têm o costume de ajuda mútua.

"Diferente do que se pensa, no Ceará, os traficantes trabalham em consórcios. Isso diminui o risco para eles. O médio, o grande traficante, não digladia. Ele nem toca na droga. O pequeno é que tenta dominar outro pequeno", relatou.

Conforme Santos, há ainda o interesse de unificação entre os grandes traficantes em busca de obter melhores preços na compra do material ilícito. "Observamos que, para desmitificar essa história de rivalidade, os traficantes estão se unindo para comprar droga mais barato no mercado de ilícitos. Para esses consórcios, os fornecedores diminuem os preços", alegou.

O delegado explicou que a droga sintética que chega ao Ceará vem do estado do Paraná, em sua maioria. A maconha vem do Paraguai, e a cocaína chega vinda da Bolívia e da Colômbia.

Mulheres

Sérgio Santos Pereira enfatiza uma questão que tem sido cada vez mais recorrente: a presença de mulheres à frente de esquemas de tráfico. Segundo o delegado, os criminosos têm obrigado as parentas a participar dos esquemas ilícitos.

"Com os homens presos, a mulher que antes apenas tolerava a presença do tráfico em casa, passa a controlar a ´bocada´. O traficante precisa de uma pessoa de confiança para continuar o negócio e coloca a esposa, a irmã, a mãe", destacou o delegado.

Algumas operações desenvolvidas pelas equipes da DCTD neste ano chamaram bastante a atenção pela quantidade do material apreendido e pela diversidade do produto. A última delas, em 29 de junho, capturou um paulista de 23 anos no bairro Jóquei Clube, em Fortaleza.

Com ele, a Polícia apreendeu uma cartela de ´NBOMe´, psicotrópico similar ao LSD, bastante popular na Europa. Pela primeira vez a droga foi flagrada pelas autoridades no Estado.

Uma semana antes, dois homens, sendo um cearense e um maranhense, foram presos no Aeroporto Internacional Pinto Martins com 1.575 comprimidos de ecstasy.

A substância tem propriedades alucinógenas, causando euforia, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, além de efeitos residuais que podem durar vários dias no corpo de quem ingeriu.
Distribuir em ´rave´

O entorpecente vinha do estado do Paraná. No caminho, o traficante natural de Imperatriz, no Maranhão, fez entrega em São Paulo antes de embarcar com destino a Fortaleza. Na chegada à capital cearense, era aguardado por um comparsa nativo, responsável por distribuir o material em festas rave, segundo as informações da Polícia.

Em abril, um homem foi preso em Iparana, município de Caucaia, com 369 unidades de ecstasy, dez pontos de LSD, dois frascos de Ketamina e oito de GHB (Ácido Gama Hidroxibutírico), estes dois últimos, também, pela primeira vez apreendidos.

AUTOR: DN

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