A reconstituição da morte do pastor evangélico Darkson Lira foi realizada, na madrugada de ontem, por peritos da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) e policiais do 34º DP (Centro), a pedido do Ministério Público Estadual (MPE). Os suspeitos do crime participaram da reprodução simulada dos fatos, mas não deram detalhes do que aconteceu. O advogado da família, Delano Cruz, disse que investigações paralelas realizadas pela família apontam para a possibilidade de uma morte encomendada.
Conforme o perito Luís Rodrigues, da Pefoce, os procedimentos realizados, ontem, foram satisfatórios e esclarecedores. "Para nós, a autoria está totalmente comprovada. Vamos elaborar um laudo com nossas conclusões e enviar ao Ministério Público". O laudo pericial da faca utilizada no crime foi entregue, ontem, ao delegado Romério Almeida, que presidiu o inquérito.
Conforme o Laboratório de Papiloscopia da Pefoce foram encontradas impressões digitais na arma, que batem com as de Ronnalt Ferreira da Silva, 21, um dos suspeitos presos.
Os outros dois suspeitos do crime são Saturnino de Araújo Angelim, 20, o 'Lourinho'; e José Márcio Fernandes Teixeira, 31. "O 'Lourinho' tinha uma relação homoafetiva com o pastor e planejou tudo isto. Convidou o Ronnalt que era vizinho dele, que por sua vez convidou o Márcio. Forjaram uma tentativa de assalto, quando na verdade já estava tudo planejado contra o pastor. Tentaram roubar dinheiro dele, mas acabaram desferindo 17 facadas contra a vítima, naquela madrugada de 25 de fevereiro", afirmou Romério Almeida.
O resultado das investigações já foi encaminhado à Justiça. O MPE aceitou a denúncia contra o trio por latrocínio (roubo seguido de morte). Os acusados confessaram o crime, quando prestaram depoimento.
As investigações particulares realizadas por familiares de Darkson Lira dão conta que um testamento feito por ele deixava todos bens da igreja 'Vale da Bênção', da qual era pastor emérito, disponíveis para a continuidade da obra, no caso de seu falecimento; mas o documento teria sido modificado para que os herdeiros (ex-esposa e filhos) fossem os beneficiados.
Testamento
"Já temos provas que a assinatura no testamento era falsa. A família entende que os três homicidas foram contratados para executar o pastor. Não houve latrocínio e sim uma questão que envolvia o patrimônio da igreja, que ele era líder. As investigações estão sendo aprofundadas para sabermos se existiu alguma ligação entre a modificação do testamento e o homicídio", declarou Delano Cruz.
O delegado Romério Almeida afirmou que não tem conhecimento da possível ligação de uma quarta pessoa com o episódio que culminou com a morte do pastor. "Não há nenhum indício da participação de um mandante. A Polícia estaria sendo irresponsável se trouxesse para o inquérito questões pessoais entre a família da vítima e a ex-esposa. Caso o MPE entenda que existe alguma coisa que precisa ser esclarecida, faremos novas diligências, mas até agora está muito claro que foi latrocínio".
AUTOR: DN
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