Em paralelo às investigações que buscam descobrir quem matou a turista italiana Gaia Barbara Molinari, 29, em Jijoca de Jericoacoara, no último dia 25,uma série de acusações e críticas são lançadas entre membros de órgãos envolvidos no caso.
De um lado, membros da Defensoria Pública, que acusam de ilegal a prisão da também turista Mirian França, 31, que é natural do Rio de Janeiro e doutoranda em Farmácia. Do outro, a Polícia Civil, que rebate as críticas e nega as irregularidades.
Ontem, a Associação dos Delegados de Polícia Civil do Ceará (Adepol), convocou entrevista coletiva para rebater as declarações do defensor público Emerson Castelo Branco. Uma nota de repúdio foi lida pelo presidente da Associação, delegado Milton Castelo.
"Esqueceu o nobre defensor que o sistema criminal pátrio não é composto, tão somente, do organismo policial, mas também do Ministério Público e do Poder Judiciário e da própria advocacia, quer seja ela pública ou privada", diz um trecho do documento apresentado.
Logo após, foi apresentado um e-mail enviado pelo assessor de relacionamento institucional da Defensoria Pública, Francisco Rubens de Lima Júnior, à Adepol,que dizia reconhecer "o bom trabalho que a Polícia Civil, através de seus profissionais, desempenha no Estado do Ceará".
Vários delegados estiveram presentes no auditório da Associação, a exemplo de Ana Lúcia, Jaime Paula Pessoa Linhares, Eduardo Amorim, Ricardo Moreira, Jocel Dantas, Jairo Façanha Pequeno, Marx Quaresma, Raphael Vilarinho, Eduardo Tomé, dentre outros.
Acerca das críticas do defensor público sobre a prisão da carioca, o assessor jurídico da Adepol, advogado Leandro Vasques, explicou que não significa apontar Mirian como culpada.
"A prisão temporária é um instituto previsto na legislação para auxiliar a Polícia na investigação. Ela não se colide com o princípio da presunção de inocência", disse.
Já na noite de ontem, a reportagem entrou em contato com o defensor público Emerson Castelo Branco, que afirmou estar fora do caso. A Defensoria Pública explicou que à frente do caso estará, portando, a defensora Gina Moura, que já acompanhava o processo desde o início.
Liberação
A turista carioca Mirian França, por sua vez, aguarda a avaliação do pedido de relaxamento de prisão feito pela Defensoria e enviado à Justiça.
Na manhã de ontem, a suspeita manteve contato por telefone com a mãe, Valdiceia França, pela primeira vez desde que foi presa, em 29 de dezembro.
Também ontem, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE), o juiz José Arnaldo dos Santos Soares, da comarca de Jijoca, fez um despacho solicitando informações da Polícia e deu um prazo de 48 horas para receber a documentação e tomar a decisão.
Traslado
A espera da família pelo envio do corpo de Gaia Molinari para a Itália já tem uma data prevista para chegar ao fim. Segundo o vice-cônsul da Itália em Fortaleza, Roberto Misici, o traslado será feito na próxima semana.
"Se nada der errado, deveremos enviar o corpo entre os dias 13 (terça-feira) e 14 (quarta-feira)", informou.
AUTOR: DN
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