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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

GANGUES USAM ESCOLAS PARA 'RECRUTAR' ALUNOS E GERAM MEDO, EM HONDURAS

Alunos da escola Jose Ramon Montoya fazem prova em Tegucigalpa, em Honduras (Foto: Esteban Felix/AP)

Em escolas primárias e secundárias em Tegucigalpa, em Honduras, “corredor” não é apenas outra palavra para designar uma passagem, mas uma gíria para membros de gangues que batem em instrutores por dinheiro, enquanto se dirigem à aula. Professores que também não pagam, não ministram aulas.

A polícia de prevenção a gangues distribui panfletos financiados pelos EUA sobre boas maneiras e gerenciamento de raiva em cerca de dois terços das 130 escolas públicas da capital hondurenha. Enquanto isso, os infratores oferecem catálogos com mulheres que oferecem serviços sexuais por dinheiro.

Não é possível dizer exatamente que gangues de rua estão recrutando jovens em escolas porque as gangues não precisam disso. Em um país com oportunidades limitadas, cada vez mais alunos querem se unir à violenta Mara Salvatrucha, 18th Street, e outras organizações criminosas novas do que elas próprias podem absorver.

O que pode ser dito é que, assim como controlam a maioria dos bairros de Tegucigalpa, as gangues mandam em grande parte das escolas. Gangsters são alunos e alunos são gangsters, e até alguns de seus pais. O prédio é marcado com grafite, e monitoram o movimento da polícia, que tenta vigiá-los. Quando o governo envia os militares para retomarem o controle, a gangue fica discreta por um tempo, mas não muito, ou os concorrentes irão se movimentar, o que gera uma onda de violência.

“As escolas são a base de organização das gangues, e o ponto pelo qual todas as crianças da vizinhança passam”, disse o tenente-coronel Santos Nolasco, porta-voz da junta militar e da força policial encarregada da segurança, em um país de 8,2 milhões de pessoas.

Essas organizações criminosas dependem das crianças para fazer boa parte do trabalho sujo pesado, sabendo que, mesmo sendo pegas, não pegaram penas longas. Mais de um terço dos cerca de 5 mil membros com antecedentes criminais até 2010 tem menos de 15 anos de idade, de acordo com o único estudo que examina a idade nas gangues. Esse ano, a polícia afirmou que apreendeu mais de 400 menos por atividades relacionadas a gangues, alguns com apenas 12 anos de idade.

Alunos educados de forma ruim chegam a repetir uma série diversas vezes antes de passarem pelas provas, e a polícia afirma que alguns membros de gangues repetem intencionalmente os alunos por anos, apenas para mantê-los nas operações ilegais em uma escola - a forma utilizada para que eles ganhem dinheiro. Como resultado, alunos com idades de 11 a 17 anos podem estar na mesma classe.
Grafite em muro da escola Jose Ramon Montoya faz referência à gangue Mara Salvatrucha (ou MS-13) (Foto: Esteban Felix/AP)

Estrupos e extorsão
Enquanto que atos violentos acontecem do lado de fora da escola, ocorreram casos de estupro e sequestros dentro das instituições, além de extorsão e casos ainda piores. Além de posicionarem jovens nas salas, onde professores precisam tirar dinheiro do próprio bolso quando requisitados, as gangues exigem que os educadores paguem 1 mil lempiras (cerca de R$ 120) por mês, mais de 10% de seu salário.

“A extorsão começa com o diretor da escola” disse Liliana Ruiz, diretora do Ministério da Educação de Tegucigalpa. “Eles fazem um encontro com o diretor em um shopping e ele precisa levar o dinheiro. Em Honduras, a extorsão precisa ser paga”.

Em muitas escolas, o poder das gangues é onipresente e, uma vez que os criminosos conseguem o controle da instituição, disse Ruiz, o professor não tem escolha senão cooperar ou pedir para ser transferido. Se alguém tira uma criança da sala, a maioria dos professores fica em silêncio, mesmo que o estudante nunca mais seja visto. “O medo é indescritível, porque essas crianças são capazes de qualquer coisa. É um clima de choque desesperador”, complementou a diretora.

Apenas um terço das crianças em idade escolar no país vive com os dois pais, de acordo com os administradores. Muitos desses pais foram para os EUA em busca de trabalho, enquanto outros foram mortos ou apenas abandonaram as famílias. Boa parte dos estudantes não tem o suficiente para comer, ou trabalham várias horas antes ou depois da escola para sustentarem suas famílias. Os jovens estão cercados pela violência em um país com a maior taxa de homicídios do mundo.

Medo do futuro
Boa parte das crianças hondurenhas tem uma visão limitada do próprio futuro: operários, motoristas de táxi ou de ônibus ganham muito menos do que o dinheiro obtido com a venda de drogas ou empunhando armas em nome das gangues. Muitos jovens deixam o país por medo ou em busca de oportunidades nos EUA, muito antes de terminarem a escola.

Os distritos escolares não possuem dados de evasão escolar, mas o departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA afirmou que apreendeu 18.244 crianças hondurenhas desacompanhadas em 2014, um aumento expressivo em relação ao período anterior, após boatos circularem de que os jovens seriam livremente aceitos no país.

Administradores de escolas dizem que os professores geralmente têm mais medo das gangues do que dos estudantes remanescentes, porque muitos alunos admiram os criminosos. Em seus olhos, filhos de membros de gangues são considerados puros, uma espécie de casta superior.

No começo do novo ano escolar, policiais foram enviados para escolas para oferecer proteção e recuperar o controle algumas delas. Os gangsters reagiram jogando móveis do segundo andar, em direção aos oficiais. Diante disso, a polícia optou por uma estratégia menos agressiva, e colocou oficiais em cada porta para observar os estudantes. Com isso, alguns criminosos recuaram.

Na escola Jose Ramon Montoya, o controle foi recuperado e as paredes, cobertas de símbolos de gangues, estão sendo repintadas. “Pintamos as paredes por dentro da escola há três semanas. Eles virão pichar novamente, e vamos pintar de novo”, lamentou o professor Marcio Pastrana, comentando sobre a conhecida rotina na escola, onde trabalha há 35 anos.

“Há mais crianças boas que ruins”, refletiu o docente. “Fazemos tudo que é humanamente possível, mas o problema não é a escola, é a sociedade”, concluiu.
Policial militar faz guarda em frente a escola no última dia de aulas na capital Tegucigalpa (Foto: Esteban Felix/AP)

AUTOR: AP

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