A Polícia Civil já tem a identificação do último dos cinco corpos encontrados no dia 1º de setembro deste ano, enterrados em duas covas rasas dentro de um canavial, em Redenção (a 63Km de Fortaleza). Segundo a delegada titular da Cidade, Cristina Cruz, o jovem de 19 anos, a quinta vítima da chacina, teria sido morta da mesma forma que os outros quatro adolescentes e pelo mesmo motivo.
Todos os outros corpos já foram submetidos a exames de DNA, que apontaram resultados positivos para as famílias que forneceram material genético. Porém, como não foi possível atestar a identidade precisa de cada um, a liberação dos cadáveres está dependendo de uma ordem judicial, que ainda não tem previsão para ser expedida.
Expectativa
No dia em que as cinco vítimas foram encontradas, uma pessoa que se dizia familiar de um jovem chamado Júlio César foi à Delegacia de Redenção, na expectativa que um dos corpos fosse de seu sobrinho, mas não chegou a falar com as autoridades policiais sobre a possibilidade de ter encontrado seu ente desaparecido. Até o momento em que os corpos foram achados, a Polícia não tinha conhecimento do sumiço de Júlio César.
As autoridades que presidem o inquérito informaram, no início das apurações, que o quinto cadáver parecia ser de uma pessoa mais velha que os quatro adolescentes que haviam sido raptados de uma residência, no bairro Boa Fé, no dia 17 de agosto, identificados como Jonathan Araújo de Brito, Iranildo Leitão da Silva Filho, Erineudo Leitão da Silva Brito e Távio da Silva Sousa.
"Somente quatro desaparecimentos estavam registrados na Delegacia. Chegamos a pensar que poderia ser um outro adolescente que sumiu da Cidade há dois anos, chamado de Jonas. Convocamos a família dele e encaminhamos para a Comel (Coordenadoria de Medicina Legal) para colher material genético, mas só quando eles chegaram lá fomos avisados que o corpo já tinha sido reclamado por outra família e que o material genético da vítima bateu com o deles", declarou Cristina Cruz.
A delegada procurou a família em questão e descobriu que o quinto corpo seria do jovem, chamado Júlio César, citado no momento em que as vítimas da chacina foram desenterradas do canavial. Três familiares foram notificados e deverão comparecer à Delegacia nos próximos dias para que forneçam os dados da vítima, para esclarecerem o que o jovem estava fazendo em Redenção e, em que circunstâncias ele teria desaparecido.
"O Júlio César morava em Maracanaú, se havia algum registro do sumiço dele era de lá. A família foi até a delegacia o 7º DP (Pirambu) e pediu uma guia para fornecer material genético na Pefoce, porque suspeitava que um parente estivesse lá, sem identificação. Quando o exame de DNA foi concluído, o resultado foi positivo quanto ao parentesco", disse a delegada.
Conforme Cristina Cruz, é provável que o rapaz tenha sido arrebatado da mesma casa e no mesmo dia que os quatro adolescentes. "Todos podem ter sido vítimas das mesmas pessoas, pelos mesmos motivos".
A Coordenadoria de Medicina Legal (Comel) informou que o corpo que seria, supostamente de Júlio César, estava em um estado de putrefação mais avançado, mas que isto poderia ser motivado por diversos fatores e não somente pela quantidade de dias desde a morte. A coordenadora da Comel, Hellena Carvalho, alertou que fatores como o clima e a proliferação bacteriana do solo, por exemplo, poderiam ser determinantes no estado de um cadáver.
Causa da morte
Quando revelou o conteúdo dos laudos cadavéricos, expedidos pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce), o diretor da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o delegado Ricardo Romagnoli, disse que o corpo do jovem de 19 anos, que seria Júlio César, foi morto com um tiro na altura da mandíbula. Os outros adolescentes também foram executados com tiros na cabeça.
A Polícia Civil ainda não informou qual a motivação das mortes. Testemunhas, parentes e suspeitos já foram ouvidos pela delegada Cristina Cruz. A DHPP também está dando apoio nas investigações em Redenção.
Até o fim do mês passado, oito pessoas já haviam sido ouvidas pela presidente do inquérito. Apesar de acreditarem de que o histórico de delitos dos adolescentes infratores possa ser uma dos motivos para as mortes, os delegados que acompanham o caso não descartam uma "motivação especial" para a chacina. No entanto, eles não declararam o que pode ter resultado nas execuções.
Crime misterioso
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1º de setembro de 2014
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28 de setembro
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6 de outubro
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AUTOR: DN
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