ADVOGADA ACUSA PMs DE AGRESSÃO

Vítima esteve na sede da OAB, acompanhada de Valdetário e do Coordenador do Centro de Apoio e Defesa ao Advogado, José Navarro FOTO: KIKO SILVA

Uma advogada, que foi detida no último domingo (5), acusa policiais militares de abuso de autoridade e agressão. A vítima, que pediu para não ser identificada, alega que sofreu preconceito "por ser mulher e advogada".

Ela explica que, enquanto chegou a um local de votação para acompanhar a apreensão de um adolescente que fazia boca de urna, foi desrespeitada e xingada pelos PMs.

"Fui chamada para atender uma ocorrência na Parangaba. Quando me aproximei, os policiais gritaram comigo. Me identifiquei como advogada, e os PMs responderam que eles eram as autoridades. Um deles abriu minha bolsa e revistou meu carro sem minha autorização. 

Ele me xingou, e eu respondi. O policial me deu voz de prisão e me empurrou para dentro do camburão", relembrou.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, no Ceará (OAB/CE), Valdetário Monteiro, se reuniu na manhã de ontem, com o responsável pela Secretaria de Segurança e Defesa Social, Servilho de Paiva, sobre o pedido da Instituição de expulsar os policiais militares, que teriam detido a advogada.

Valdetário Monteiro contou à reportagem que tomou conhecimento, pelas redes sociais, de um vídeo que circulava mostrando o que ele considerou "um abuso", por parte dos militares. 

A advogada foi conduzida, em uma viatura, até a Polícia Federal, onde estavam sendo lavrados os flagrantes. Informações da OAB dão conta de que ela foi liberada e nenhuma acusação foi formalizada.

Segundo Valdetário Monteiro, na manhã de ontem, foram enviados ofícios à Controladoria Geral de Disciplina, ao Comando Geral da PM e à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) pedindo que os policiais que aparecem no vídeo sejam expulsos da Corporação. 

"O que eles fizeram foi um absurdo, uma atrocidade com um profissional no exercício de sua função".

Comando

O comandante da Polícia Militar (PM/CE), coronel Lauro Carlos de Araújo Prado, disse que até o fim da tarde de ontem, ainda não tinha recebido o ofício enviado pela OAB, mas já tem ciência do fato e está adotando as medidas cabíveis.

As investigações do fato ficarão a cargo da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Estado (CGD), na esfera administrativa. Na esfera penal, o inquérito poderá, ou não, ser instaurado na Vara da Auditoria Militar.

O responsável pela CGD, delegado Santiago Amaral, disse que foi instaurada uma investigação preliminar, que apura as supostas agressões contra a advogada.

AUTOR: DN