Os seis réus, as duas vítimas de assalto e as 17 testemunhas do homicídio do delegado Lucas Craveiro Alves, 32, morto em 17 de março deste ano, serão ouvidos nesta semana. Para a terça-feira (19), está marcada a primeira audiência do processo que julga os acusados por latrocínio (roubo seguido de morte), porte ilegal de arma e formação de quadrilha ou bando.
O delegado cearense, que trabalhava na Polícia Civil do Piauí, foi assassinado, com seis tiros, na madrugada do dia 17 de março, depois de sair de um restaurante localizado na esquina das Avenidas Washington Soares e Coronel Miguel Dias, no bairro Guararapes. O policial teria reagido a um assalto e trocado tiros com um grupo de cinco criminosos. Seis pessoas foram presas acusadas do crime.
Em maio, a 1ª Vara Criminal da Comarca de Fortaleza acatou a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra os seis homens acusados.
Para os advogados Holanda Segundo e Leandro Vasques, que são assistentes da acusação, pelo Ministério Público, a expectativa é de que aconteçam duas ou três audiências, devido a quantidade de pessoas envolvidas - 25 no total - a serem ouvidas no processo.
"Temos para ser ouvidas as duas vítimas do roubo que o Lucas tentou intervir, mais 13 testemunhas de acusação e mais quatro testemunhas de defesa, além dos seis réus, que já estão, inclusive, presos. Pela grande quantidade de pessoas a serem ouvidas, acredito que não será possível concluir tudo na terça-feira. Deverão ser designadas mais datas próximas", explicou o advogado Holanda Segundo.
Holanda acredita que, pela complexidade do caso, não haverá um desfecho rápido dos trâmites. "Tenho uma previsão otimista, de um desfecho do caso até o fim do ano. Apesar dos réus estarem presos, pela complexidade do caso, não é um processo que vá terminar tão rapidamente quanto deveria. Mas não vai se estender demais. Em duas ou três audiências, acredito que todos sejam ouvidos", disse.
O processo tramita na 1ª Vara Criminal, tendo à frente o juiz Sílvio Falcão, sendo acompanhado pelos promotores Gomes Câmara e Deolinda Costa.
Crime
Lucas Craveiro foi atacado no momento em que ia pegar seu carro, um Volkswagen, modelo Jetta, que estava estacionado defronte a um edifício comercial próximo ao restaurante. Houve troca de tiros e um dos bandidos foi atingido no ombro e na perna. O delegado, também baleado, não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo na calçada do estabelecimento.
O principal suspeito de ter efetuado os disparos que mataram Lucas foi identificado como Lindoval Vicente da Silva, 25, preso no Hospital Municipal de Maracanaú no dia do crime.
Horas depois, foram capturados os dois irmãos Francisco Rodrigo Marques Silva, 22, e Francisco Renato Marques Silva, 21, além de Pedro Paulo Alves dos Santos, 24, Francisco Antônio Vieira da Silva, 34 e Jardel de Sousa Façanha.
Caso Mardônio próximo do fim
O processo que julga o réu Carlos Natiel Paula Firmino, 19, acusado de matar a tiros o estudante de Direito, Mardônio Rodrigues Freire Júnior, 19, no dia 19 de março, no bairro Henrique Jorge, também está próximo de ter um desfecho. O Ministério Público Estadual (MPE) apresentou as alegações finais da acusação e aguarda as alegações finais da defesa.
De acordo com os advogados Holanda Segundo e Leandro Vasques, que também participam na assistência de acusação pelo MPE, o caso deverá ser encerrado entre este mês de agosto e o próximo, setembro.
"Ouvimos todo mundo, já está tudo notificado. A prova da acusação foi encerrada. O Ministério Público apresentou as alegações finais da assistência da acusação, e está na pendência apenas da defensoria pública apresentar as alegações finais da defesa. Assim que isso acontecer, o processo estará pronto para ser julgado. Acredito que ainda este mês, ou no mais tardar em setembro, teremos uma definição de sentença", comentou o advogado Holanda Segundo.
Latrocínio
O réu Carlos Natiel foi denunciado pelo MPE por latrocínio e corrupção de menores. A instrução do processo, que tramita na 14ª Vara Criminal da Comarca de Fortaleza, foi encerrada em 24 de julho, com depoimento do acusado, que está preso.
Natiel teria agido juntamente com dois adolescentes, já sentenciados pelo Juízo da 1ª Vara da Infância e Juventude a medidas socioeducativas de internação.
No interrogatório, Natiel não negou a participação no crime, mas disse ter sido forçado por um dos adolescentes, que estaria armado, a atuar e abordar o veículo da vítima no sinal da Avenida Professor Heribaldo Costa.
AUTOR: DN
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