O tráfico de drogas sofreu um prejuízo de aproximadamente quatro toneladas de entorpecentes a menos disponíveis nas bocas de fumo do estado do ceará nos primeiros seis meses de 2014, de acordo com dados da secretaria da segurança pública e defesa social (SSPDS) e da polícia federal (PF).
De janeiro a junho deste ano, foram apreendidos 1.108,95 quilogramas de drogas, entre cocaína, crack e maconha, em todo o estado, pelas polícias civil e militar. Já a pf, diz ter capturado, sozinha, quase três toneladas. Na última operação dos federais, 801 tabletes da droga em formato de "tijolos", avaliados em mais de um milhão e meio de reais, foram encontrados no fundo falso de um caminhão baú de refrigeração no município de chorozinho, a 72 quilômetros de fortaleza.
Destaque também para a quantidade de cocaína apreendida, que superou a que foi capturada em mesmo recorte de tempo no ano passado, pelos agentes vinculados à sspds.
Crescimento
Em 2014, nos primeiros seis meses, foram 345,25 quilos de cocaína retirada das ruas em operações tanto da polícia civil quanto da polícia militar. De janeiro a junho de 2013, havia sido apreendidos 40,62 quilos do mesmo material, um aumento de quase nove vezes em apenas um ano.
A quantidade de crack apreendida nos primeiros seis meses de 2014 foi de 58,44 quilos, de acordo com os dados da secretaria, disponíveis em seu site. Em 2013, foram 83,81 quilos em mesmo período.
Já a maconha contabilizou 705,26 quilos apreendidos no primeiro semestre, figurando como a principal droga capturada pelos agentes estaduais no ano. Em 2013, nos primeiros seis meses, foram 2.106,32 quilos retirados das mãos dos traficantes.
Ao todo, segundo a sspds, de janeiro a junho de 2013, foram apreendidos 2.230,75 quilos de drogas - pouco mais que o dobro deste ano. Em 2012, em mesmo recorte temporal, foram 1.374,7 quilos apreendidos.
Já a polícia federal afirmou, no último dia 2, contabilizar em 2014 quase três toneladas de entorpecentes. Em 2013, 2,5 toneladas de drogas haviam sido apreendidas em todo o estado. Nos primeiros seis meses daquele ano, 1.720 quilos já estavam em poder dos agentes.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da polícia federal para detalhar os números. Entretanto, até o fechamento desta edição, as mensagens não foram respondidas, bem como os telefonemas também não foram atendidos.
Atuação
O delegado titular da delegacia de narcóticos (denarc), da polícia civil, pedro viana, comemorou os números obtidos até o momento pelos agentes públicos de segurança no ceará. Para o delegado, as parcerias formadas entre a denarc e outros órgãos é que tem de ser exaltada pelos resultados obtidos.
"passamos cada vez mais a desenvolver um trabalho de inteligência no combate ao tráfico de drogas no ceará. Estamos em uma parceria muito boa entre a denarc e a coordenadoria de inteligência (coin) da sspds. Credita muito dos resultados desses trabalhos também a uma parceria muito boa que se formou entre polícia, justiça e ministério público", ponderou.
Pedro crê que, com a inauguração da divisão de combate ao tráfico, prevista para este mês, o combate às drogas se fortaleça no estado. Além disso, o titular da denarc enaltece a participação popular nas operações.
"grande parte destas prisões e apreensões nasceram de uma denúncia anônima. A população tem ajudado muito", disse.
Ceará é rota do tráfico internacional
O titular da Delegacia de Narcóticos (Denarc) da Polícia Civil, delegado Pedro Viana, destacou a importância das apreensões de drogas ilícitas no Ceará em termos mundiais.
De acordo com Viana, pela proximidade territorial com a Europa, o Estado é visto como rota internacional do tráfico de entorpecentes.
"Fortaleza está no roteiro dos traficantes internacionais de drogas pela proximidade com o continente europeu. Tem muita droga vindo para o Ceará, para passar por Fortaleza e ser para a Europa", explicou.
Segundo o delegado, há alguns caminhos já conhecidos por onde as drogas são trazidas ao Estado do Ceará (veja mapa abaixo).
"Há alguns caminhos que já são tradicionais dos traficantes. Algumas rotas utilizadas pelos entregadores já temos mapeadas e costumamos apreender o material que é trazido por estes caminhos", adiantou.
Origem
Dependendo da origem da droga, o entorpecente pode chegar ao Ceará pelas rodovias federais, vindo do sul do estado, pelo litoral leste ou pelo lado oeste.
"A maconha que vende mais aqui no Ceará é paraguaia. Ela entra no Brasil pelo Mato Grosso. Em muitas das apreensões da Denarc, descobrimos que ela veio de lá, passando por São Paulo, onde é forte a influência do PCC (Primeiro comando da Capital). Já a cocaína, é originária da Bolívia. Ela entra no Brasil pelo Acre, Rondônia. Às vezes, ela vem também do Paraguai, mas a maioria é boliviana. Ela chega ao Ceará vindo dos estados do Norte do País".
"Aqui também é forte o mercado da maconha pernambucana. Ela entra no Ceará pela BR-101, passando por Assu e Mossoró (Rio Grande do Norte). Outras rotas preferidas pelo tráfico são BR-116, BR-304, BR-020, BR-122 e o Rio São Francisco".
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